Analista ou especialista?

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No mercado de trabalho, quando a busca é por vagas que podem ser preenchidas por profissionais de comunicação, está cada vez mais difícil encontrar uma descrição específica para uma das habilitações. Desde que ingressei na área, em 2008, já era comum o cargo de analista de comunicação e hoje é quase extinto, nas grandes empresas, ser contratado como jornalista, relações públicas ou publicitário. Não que essas funções se tornaram desnecessárias, ao contrário: elas estão cada vez mais integradas. Porém, junto com isso, surgem questões que demandam certas análises.

O que é ser analista? O próprio nome já dá consideráveis pistas, mas na prática as funções, características e exigências para se enquadrar nesse perfil está muito mais nas mãos de quem contrata do que numa criteriosa descrição de cargo, como ocorre em outras profissões. O conceito de comunicação integrada contribui para o entendimento desse fenômeno e pode ser o causador de certas distorções no mercado de trabalho.

Cada habilitação em comunicação reúne características e um conjunto de habilidades técnicas específicas para determinado campo de atuação. Isso não quer dizer que não existem interações entre elas. A própria dinâmica da sociedade da informação exige que esses profissionais tenham um mínimo de entendimento global da comunicação para poder exercer de forma mais eficiente o seu papel nas organizações. Isso, no entanto, não justifica assumir a responsabilidade técnica de outra habilitação que não a do próprio profissional.

A sinergia e interdependência entre as habilitações conviveriam muito bem em um mercado de especialistas de comunicação, formados e dedicados especificamente para determinada área, se não fosse a busca por redução de custos e, em alguns casos, a não compreensão da comunicação como uma área estratégica na empresa.

Enquanto isso resta ao profissional adotar uma postura ética e firme para se posicionar e atuar conforme as habilidades para as quais foi formado. O que não o impede de adquirir conhecimentos em outros campos, porém, consciente do respeito e do seu papel como agente de mudança na sociedade.

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