Dicas de estudo para o PROFEPT

Arrisco a afirmar que uma das minhas maiores felicidades de 2018 foi a aprovação no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica, ofertado em Rede Nacional pelos Institutos Federais. E, lógico, junto a essa conquista, veio uma avalanche de sentimentos que vão do medo à euforia por tantas experiências que já ouvi de mestres e mestrandos a respeito dos desafios, obstáculos e dores ao longo dos estudos e produção (vulgo, parto) da dissertação. Mas, o que quero com este texto é compartilhar com vocês os passos que tomei na minha preparação para o Exame Nacional do PROFEPT.

Não irei tratar sobre dicas genéricas (estude com antecedência, leia os textos, fique atento ao Edital, beba água e blá, blá, blá). Descreverei diretamente, quase que metodologicamente (ó eu já exercitando a vida de mestrando), como precedi ao longo dos cinco meses de preparação (da divulgação do edital à realização do Exame). As dicas estão longe de serem fórmulas mágicas ou perfeitas a qualquer perfil de estudante, mas podem servir de ponto de partida ou insight para quem pretende participar do processo seletivo do Programa. Ah… Vale ressaltar que o conteúdo (o como estudei) é resultado de conhecimentos apreendidos na minha formação em Gerenciamento de Projetos e em um curso gratuito super interessante que fiz pela plataforma Coursera: aprendendo a aprender.

Vamos lá…

Tenha consciência do tempo disponível para estudar. Inclusive, em relação aos dias da semana e às horas do dia: por exemplo, se será nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 19h às 21h. Isso lhe ajudará a ter uma noção do tamanho de esforço que você será capaz de despender. Como eu sabia que contava com muito tempo até a prova (5 meses), tinha certeza que não iria ocupar todo ele apenas lendo uma vez cada um dos seis textos do conteúdo apresentado no Edital. Por isso, estabeleci oito ciclos de estudo. A ordem que apresentarei para vocês já leva em consideração o aprendizado que obtive no processo; ou seja, coisas que descobri que deveria ter feito antes, mas que não planejei por desconhecimento. Além disso, infelizmente, não consegui cumprir todos os ciclos. Mesmo assim, acredito que vale o registro para que você, caso consiga cumprir todos, possa usufruir de tudo o que imaginei fazer e que, no final, funcionou (pelo menos, pra mim).

1° Ciclo: Leia cada texto marcando os trechos que expõem conceitos e discussões interessantes (aquelas que fogem do seu usual entendimento sobre o assunto). É importante marcar também aqueles fragmentos que tratam de leis e decretos, bem como o entendimento do autor sobre eles.

2° Ciclo: Transcreva os trechos marcados. Isso mesmo. Pode parecer um absurdo, se considerarmos a ferramenta de cola/copia presente nos softwares de produção de texto, mas o fato é que quando você transcreve (especialmente se for à mão), você aumenta as chances de memorização do conteúdo. No meu caso, eu digitei e criei um arquivo para cada texto. Ao transcrever cada fragmento, eu o enseria em uma tabela de duas linhas: na primeira eu escrevia o texto e na segunda eu fiz o terceiro ciclo.

3° Ciclo: Escreva o seu entendimento sobre cada fragmento. Nessa etapa, além de refletir sobre minha interpretação, eu fiz questão de repetir várias vezes o nome e ano do autor para reforçar a associação dele com aquela afirmação ou análise. Depois do primeiro texto, o que eu via de semelhante com os textos anteriores eu já referenciava, como se estivesse fazendo a “conversa” entre os autores com pensamentos semelhantes ou diferentes.

4° Ciclo: Construa um mapa conceitual de cada texto/autor. Esse mapa é um recurso visual, no estilo de Mapa Mental, que me ajudou a ter uma visão panorâmica sobre todos os conceitos e abordagens de cada autor. Construi utilizando um site chamado MindMeister, que também conta com aplicativo disponível no Google Play (não tenho certeza se tem para IOS, basta pesquisar no Apple Store). É muito simples de usar e têm recursos bem legais. Para construir, a orientação básica é: coloque o nome do texto ao centro e vá puxando ramificações, partindo dos conceitos principais até o detalhamento deles e outros conceitos secundários, sempre usando apenas termos ou descrições curtas (com poucas excessões, nos casos em que o conceito for muito complexo).

5° Ciclo: compare seu entendimento com o de outras pessoas. Isso eu só fiz no final, mas o melhor momento me pareceu ser após a elaboração dos Mapas Conceituais. Com uma pesquisa no Google a partir da palavra-chave “Profept+ano”, você provavelmente irá se deparar com artigos e vídeos discutindo os textos. Se você fizer isso antes mesmo de iniciar os estudos, irá verificar que haverá até cursos de preparação, com professores bem preparados para lhe ajudar a entender e estudar os textos. Como estudei sozinho, não levei isso em consideração (na verdade, nem imaginava que o Programa havia despertado o surgimento desses cursos). Porém, dependendo do seu perfil, poderá ser um bom investimento. Eu fiquei apenas com os vídeos no Youtuber. A partir desse contato, você terá condições de avaliar se o seu entendimento está no caminho certo ou se precisa de algum ajuste.

6° Ciclo: Faça rodadas de estudo dos textos usando apenas como suporte os Mapas Conceituais. Olhe para o conceito e tente se lembrar o que o autor fala sobre ele. Se não vir à memória, recorra ao texto. Esse é um exercício de memorização que valerá muito à pena, apesar de parecer repetitivo. E, isso, repita várias vezes até se sentir seguro.

7° Ciclo: Pare para analisar os conceitos usuais entre os autores que têm entendimentos semelhantes e diferentes. Essa foi uma etapa que fiz junto com o ciclo anterior, mas se você puder reservar um tempo só para isso, você terá um domínio maior sobre o conteúdo e maiores condições de enriquecer seu texto dissertativo que precisará produzir no Exame Nacional. Você pode fazer essa análise apenas de forma mental ou por meio de anotações para resgatar sempre que precisar.

8° Ciclo: Releia os artigos. Garanto que você enxergará horizontes além do que identificou na primeira leitura. Será útil para confirmar seu entendimento sobre o conteúdo e despertar análises e inferências mais profundas.

Meus resultados

Com esses ciclos de estudo, consegui garantir o acerto de 28 questões das 30 da prova objetiva. As duas que errei foram por cansaço mental, confesso. Apesar de múltipla escolha, a descrição e as alternativas das questões estavam muito longas. Havia questões que ocupavam uma página inteira somente de texto.

Na prova dissertativa, no entanto, não fui tão bom como imaginei que seria, por um simples detalhe: a observação do comando da questão. Apresentaram uma tirinha e um fragmento de um dos autores sobre uma temática super fácil: a pedagogia das competências. Estava tudo na ponta da língua (e da caneta). Eu apenas esqueci de fazer uma relação direta entre a compreensão que eu tinha sobre o assunto e a tirinha. Havia na chave de correção da prova itens que exigiam a presença direta, com todas as letras, do personagem da ilustração no texto produzido; algo que não fiz e que me rendeu a perda de vários pontinhos. Mas, enfim, sobrevivi.

O pulo do gato

Na prova de 2018 o fator tempo foi determinante. Muitos candidatos não conseguiram produzir ou finalizar o texto dissertativo devido às longas questões objetivas. Já ciente dessa possibilidade, criei uma estratégia. A primeira coisa que fiz foi ler o comando da prova discursiva e relacionar quais os conceitos e autores que eu iria usar. Conforme eu ia resolvendo as questões objetivas, eu confirmava/validava os conceitos com seus respectivos autores. Além disso, estabeleci que reservaria 2h para a realização e transcrição das respostas de cada prova para o cartão. Isso me deu segurança e equilíbrio para me dedicar para ambas as partes do Exame Nacional.

Se você chegou até aqui na leitura deste texto, agradeço sua atenção. Espero ter ajudado com insights sobre como se preparar para o PROFEPT. Já estou na torcida por você. Qualquer dúvida, deixe um comentário ou envie pela Janela que está no canto inferior aqui do site. Sucesso!