A maestria em saber não saber

Há alguns meses, tive a satisfação de receber o título do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) de Mestre em Educação Profissional e Tecnológica. E agora?

Quando estamos convivendo com a correria de conciliar trabalho e estudos, as constantes idas e vindas dos textos para o/a orientador/a e a insistente e desconfiada fé de que tudo dará certo no final, a gente imagina que quando chegarmos lá, quando estivermos com o diploma em mãos, algo mágico acontecerá depois, lógico, do alívio em ter vencido uma importante etapa da vida acadêmica. Ufa! Só de imaginar, já me sinto um vitorioso.

Mas o fato é que essa atmosfera mágica dura apenas alguns minutos, principalmente após ouvir aquela palavrinha tão esperada: aprovado! E quando é com honra ao mérito, que foi o meu caso, essa sensação de flutuar ainda permanece por alguns dias. O que vem depois disso é um tanto desconcertante. Tudo volta ao normal. No geral, a gente continua sendo a mesma pessoa, nem pior ou melhor que ninguém, a não ser por uma convicção: saber que sabemos pouco, bem pouco sobre as coisas da vida.

As incontáveis horas que passei debruçado em livros e artigos científicos, os diversos encontros e discussões com minha orientadora e as apresentações de trabalhos assistidas em diferentes eventos só me despertaram para o fato de que, mesmo diante das categorias teóricas mais específicas do meu campo de estudo, eu ainda tenho muito a aprender e a compreender. E quanto mais leio, mais percebo que concluir um mestrado, na verdade, é apenas um início.

Acredito que essa seja a verdadeira essência da maestria: reconhecer que somos eternos aprendizes, pelo menos, enquanto estivermos por aqui. O mestrado só aguçou ainda mais o meu desejo por estudar, a minha vontade de aprender, de aperfeiçoar e poder efetivamente contribuir com a ciência e com a sociedade.

Os passos seguintes são mais ousados. Depois de me atrever a propor um conceito ao campo da Educomunicação, por não identificar nos trabalhos dos principais pesquisadores um significado para a expressão “linguagens midiáticas” que correspondesse à complexidade de sua representação nos contextos sociais, políticos e culturais em que é aplicada, me dedico atualmente a delinear um projeto de tese que problematize a Epistemologia da Educomunicação.

O ritmo dos estudos ainda está sendo retomado, mas confio de que um dia chegarei lá e poderei sentir, mesmo que em poucos minutos ou dias, a satisfação de ter concluído o Doutorado em Comunicação. Depois disso? Ah, e sem dúvidas vou continuar estudando, fazendo outras graduações, quem sabe Filosofia, Sociologia, Pedagogia seria uma ótima ideia, acho que Psicanálise também…

Se você tiver interesse, confira abaixo o meu trabalho final e o produto educacional produzidos no Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT):

Artigo: http://bit.ly/HericleyEducomnaEPT

Produto: http://bit.ly/EducomnaEPT

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